Seca já começa a dar sinais e Distrito Federal está há 34 dias sem chuvas


A tão temida seca parece ter chegado. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não chove no Distrito Federal desde 11 de abril. Normalmente, o índice pluviométrico esperado para o mês de maio é de 39 milímetros, mas até agora não choveu nada. “Pode chover nesse período, que vai de maio, quando o inverno se aproxima, até meados de setembro, mas não é algo esperado” afirma o meteorologista do Inmet Manoel Rangel, que tem 27 anos de experiência na profissão.

Os termômetros devem registrar média máxima de 26ºC e mínima de 15ºC durante este mês. Na madrugada do último dia 12, os termômetros marcaram 13,6ºC. De acordo com os registros oficiais do Inmet, foi a temperatura mais baixa do ano. “O frio é uma característica do inverno. Ele é provocado pela passagem das massas de origens polares, que são frias e secas”, esclarece Manoel Rangel. A umidade relativa do ar deve baixar para 27% ainda em maio, já tendo sido registrados 32% no último dia 11.

Os atletas Renan Matheus Telhado, Gabriel Teixeira, Caio Vinícius Andrade e Lucas Silva mudaram os hábitos há algumas semanas. Os jovens passaram a beber mais água durante os treinos da equipe juvenil do Legião Futebol Clube. “Fica complicado treinar, a garganta fica seca e a gente se cansa bem mais rápido. Mas tenho me hidratado mais para compensar a secura”, diz Renan Matheus. O mesmo hábito dos atletas foi adotado pela dona de casa Fabiana Kalil, que caminha a cada dois dias no Parque da Cidade. “Bebo bastante água de coco. Esse é o meu segredo” afirma.

A médica-alergista Marta Guidacci conta que sangramento nasal, mal-estar, tontura, pele seca, olhos vermelhos, boca seca e lábios rachados são sintomas comuns nessas condições climáticas, o que pode resultar em desmaios e em altos níveis de desidratação. A solução é ingerir bastante líquido, como sucos e água. Outra estratégia para se livrar dos problemas causados pela baixa umidade do ar é evitar banhos demorados e quentes, pois eles ressecam a pele.

De acordo com a especialista, o uso de umidificadores pode atrapalhar. Não há evidências científicas de que o uso desse tipo de equipamento — incluindo vaporizadores — para elevar a umidade do ar tenham efeitos positivos na fisiologia respiratória. O ar úmido e quente é favorável à proliferação de micro-organismos como fungos, bactérias e ácaros. “Não é recomendado usar umidificadores nem bacias de água e toalhas molhadas. Devemos umidificar o nosso corpo, e não o ambiente externo” explica Marta Guidacci.

Aqueles com problemas respiratórios devem tomar ainda mais cuidado, pois nesta época do ano geralmente as noites são frias e os dias, quentes. Essa alteração brusca de temperatura propicia infecções virais, que podem complicar com doenças bacterianas como amigdalites, sinusites, otites e até meningites. As infecções virais e bacterianas podem precipitar crise de asma e piora da rinite alérgica. A designer Fernanda Bergamaschi, que tem sinusite e bronquite, faz exercícios normalmente, mas prefere ambientes cobertos e sempre usa roupas leves durante prática de esportes. “Já tive sangramento nasal em anos anteriores, mas atualmente não sofro mais como esse problema” afirma.

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