Juiz diz que resposta a morte de Patrícia Acioli será dada
Em entrevista exclusiva, Alexandre Abrahão classifica o bandido travestido de policial como o maior inimigo
Rio - O juiz da 1ª Vara Criminal de Bangu, Alexandre Abrahão, é um dos marcados para morrer. No currículo, carrega a decretação da prisão de mais de 50 policiais envolvidos na máfia dos caça-níqueis e condenação contra o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Atuou dois anos na Auditoria Militar que julga militares do estado que cometem crimes em serviço. Após a execução da juíza Patrícia Acioli, a segurança do juiz foi reforçada ainda mais por ordem do presidente do Tribunal de Justiça, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos.
Abrahão carrega a decretação da prisão de mais de 50 policiais envolvidos na máfia dos caça-níqueis | Foto: Divulgação
— As balas usadas para matar Patrícia são da PM. O crime organizado dentro do Estado é o maior inimigo?
— Certamente. Por corromper agentes do Estado, acham que são donos do Estado. Portanto, são os mais perigosos. Estou há 12 anos na magistratura e classifico o bandido travestido de policial como o maior inimigo.
— Os tiros que mataram Patrícia atingiram também a Justiça. Como o senhor avalia essa consequência ?
— Sempre que me encontrava, a Patrícia dizia que ela era ‘eu de terno’. A morte dela demonstra o avanço dos criminosos dentro do Estado. Eles sequer se deram ao trabalho de usar munição importada. Mas a resposta será dada.
— É muito difícil conviver com a escolta?
— É uma vida de privação. O ex-presidente do Tribunal de Justiça Luiz Zveiter foi o primeiro a reforçar a minha segurança e agora, o atual Manoel Alberto Rebêlo dos Santos aumentou em função de ameaças. Isso não atinge só ao juiz, mas a família também.
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