Dia do Homem? Pois é, existe!


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Até Novo Hamburgo entrou no clima (foto). Data foi proposta por médico com o objetivo de alertar homens para questões relacionadas à saúde, mas já é explorada comercialmente..

Da Redação redacao@novohamburgo.org(Siga no Twitter)
Que no dia 08 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher, todo mundo sabe. Mas e quanto ao Dia do Homem?
Pouca gente sabe e não se vêem grandes comemorações por aí, mas eles também têm um dia em que são lembrados. No Brasil, é nesta sexta-feira, 15 de julho. Mundialmente, a data comemorativa é 19 de novembro, tendo inclusive o apoio da Organização das Nações Unidas – ONU.
Em Novo Hamburgo, por exemplo, a data também foi explorada comercialmente. Lojas no Bourbon Shopping chegaram a usá-la para atrair clientes enfeitando suas vitrines (foto). E olha que a “isca” já estava exposta há pelo menos uma semana.
A criação da data foi proposta em 1999, pelo médico Jerome Teelucksingh, de Trinidad e Tobago, com o objetivo de alertar os homens para questões relacionadas à saúde. No Brasil, foi justamente a partir da década de 90 que os estudos sobre masculinidade ganharam força. Com as conquistas obtidas pelas mulheres e os questionamentos levantados pelo movimento feminista, os homens começaram a ter que repensar o papel que ocupariam na sociedade.
Ainda hoje são consideráveis as diferenças entre os dois gêneros, que não abandonam as brincadeiras e implicâncias. Para a doutora em História e feminista de carteirinha Suely Gomes Costa, entre essas diferenças, uma das coisas que mais chamam a atenção é o cuidado feminino com a família.
“Quando uma mulher sai, mesmo que seja para passear, e ela sabe de um determinado vinho que o marido gosta ou de um remédio que o pai toma, por exemplo, (…) você vai ver essa mulher voltando para casa cheia de sacolas com coisas para a família. Este não é um comportamento que se nota entre os homens”, observa. “A mulher assume naturalmente para si uma postura de mártir no cuidado com a família e, com o tempo, começa a se manifestar contra isso”, afirma a historiadora.

Feminista apóia a data

Suely é uma das fundadoras do Núcleo de Pesquisas em História Cultural da Universidade Federal Fluminense – NUPECH UFF e estudiosa na área de cultura e gênero. Ela conta que entrou para o movimento feminista nos anos 80, depois de ficar desempregada e de seu casamento ter entrado em crise por causa da dependência que passou a ter de seu companheiro.
“Por eu não estar trabalhando, a dominação que ele exercia sobre mim passou a ser muito maior e eu comecei a me dar conta disso”, lembra. “Antes de isso começar a me afetar, eu me sentia amada pelo meu marido, querer uma presença maior minha dentro de casa e cobrar que eu trabalhasse menos. Todo o discurso feminista soava como um chororô”.
É um equívoco, no entanto, quem ainda pensa que as feministas são só aquelas que pregam a imagem do homem dominador e da mulher como vítima. Segundo Suely, uma vez que a mulher começou a reafirmar seus direitos, passou a ocupar também a posição de dominadora, sem se notar como tal. Ela destaca ainda o papel que a mulher tem na dominação que sofre. “Somos também parte do processo de dominação, ou porque concordamos ou porque não tomamos nenhuma atitude para mudar a situação”.
A historiadora aprova a data comemorativa e reafirma a necessidade de os homens pensarem nos problemas que os afetam dentro da sociedade. “Acho qualquer iniciativa que sirva para alertar para as problemáticas dos homens, louvável”.

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