Esquenta o clima em Brasília, Marcha das Mulheres Negras e acampados pró-impeachment entram em confronto

Homem foi preso depois de efetuar disparos de arma de fogo no meio da confusão. Renan pedirá que PF e PM investiguem presença de armamento nas barracas


Integrantes da Marcha das Mulheres Negras e manifestantes que estão acampados em frente ao Congresso em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff entraram em confronto nesta quarta-feira em Brasília. Houve disparos de armas de fogo, e ao menos um homem foi preso pela Polícia Militar. Ele é suspeito de atirar pelo menos três vezes para o alto. Policiais o identificaram como um policial civil maranhense. Ele portava uma pistola preta escondida dentro de uma mochila verde e estava de boné e óculos escuros.
O presidente do Congresso, Renan Calheiros, afirmou que pedirá à Polícia Federal e à Polícia Militar que investiguem a existência de armas de fogo e bombas nas barracas dos acampados. Desde a semana passada, esta é a terceira ocorrência registrada no acampamento, onde ficam montadas as barracas de caminhoneiros, de grupos favoráveis à intervenção militar e também da Aliança Nacional dos Movimentos (integrada por grupos como Movimento Brasil Livre, Nas Ruas e Revoltados On-line).
O tumulto interrompeu a votação dos vetos presidenciais na sessão do Congresso Nacional. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) coletou duas cápsulas deflagradas no gramado em frente ao Legislativo e levou ao plenário. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), cobrou um reforço na segurança. “O protesto é legítimo, mas do jeito que está não dá. Tem que fazer uma varredura.”
Também foram arremessadas bombas de fabricação caseira. A Polícia Legislativa teve de reforçar a segurança e interveio no tumulto entre manifestantes, integrantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e da marcha. As mulheres e os grupos anti-Dilma trocaram agressões e provocações. Elas conseguiram arrancar faixas contra o governo e derrubaram o boneco inflável em homenagem ao general Antonio Hamilton Mourão, afastado do Comando Militar do Sul depois de criticar a presidente e conclamar a tropa ao “despertar da luta patriótica”
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