Governo e Amaral trocam acusações sobre incêndio que destruiu ônibus

O empresário acusa o governo de ter sido irresponsável. Já o GDF nega que tenha o compromisso da guarda dos veículos

 postado em 07/06/2016 07:26 / atualizado em 07/06/2016 08:58
 Adriana Bernardes
Minervino Junior/CB/D.A Press


A Polícia Civil aguarda o resultado da perícia e investiga se o incêndio na garagem do grupo Amaral, no Paranoá, teve causas acidentais ou criminosas. Pelas contas do empresário Valmir Amaral, 230 ônibus das empresas ficaram totalmente destruídos, sem contar aqueles parcialmente queimados na tarde do último sábado. Oficialmente, nem o governo nem a polícia divulgaram a quantidade de veículos atingidos pelas labaredas — disseram, em números gerais, que eram são cerca de 200.

De acordo com o DFTrans, no local, há um total de 404 unidades — 75 eram sucatas. O empresário acusa o governo de ter sido irresponsável. Já o GDF nega que tenha o compromisso da guarda dos veículos. Segundo Amaral, na garagem do Paranoá cabiam, no máximo, 180 carros. “Lá, colocaram ônibus das minhas cinco empresas. Eles apreenderam meus coletivos e arrastaram minhas cinco empresas para a falência”, acusa. O incêndio que atingiu a garagem começou por volta das 14h de sábado e só foi controlado no início da noite. “Vou pedir indenização de R$ 1 bilhão para o GDF, por danos morais e materiais”, avisa. Segundo Amaral, os veículos tinham, em média, três anos de uso.

Apesar das declarações de Amaral, o DFTrans entende não ter responsabilidade de cuidar dos veículos. Por meio da Assessoria de Imprensa, o Buriti explica que os carros já estavam na garagem onde ocorreu o incêndio desde 2013. E que foi impedido de devolvê-los por ordem da Justiça Trabalhista, uma vez que os bens da empresa poderiam ser usados para o pagamento de dívidas trabalhistas, cobradas em uma ação do Sindicato dos Rodoviários contra o Grupo Amaral. Na mesma decisão, o juiz determinou que os ônibus ficassem sob a guarda do governo local. Entretanto, o GDF recusou o encargo devido ao alto custo e colocou os bens à disposição. O magistrado manifestou que a Justiça não teria condições de guardar os veículos e determinou a alienação antecipada.

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Ainda de acordo com o DFTrans, enquanto a alienação era decidida, ocorreu a falência das empresas do Grupo Amaral. Em 19 de maio, o Buriti fez uma petição no juízo que atua no processo da falência para que este fizesse o depósito judicial dos bens. O Juízo da Falência afirmou não ter local para guarda os veículos e alegou que o custo da transferência de 400 ônibus para o depósito oneraria a massa falida. Portanto, na prática, não havia decisão sobre quem deveria cuidar dos veículos. De qualquer forma, o governo mantinha dois funcionários terceirizados para fazer a segurança preventiva. De acordo com o DFTrans, o Grupo Amaral deve cerca de R$ 5 milhões ao GDF.

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