Nova fase da Operação Lava-Jato mira João Santana e Odebrecht

Os agentes fazem diligências em São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro

Marlene Bergamo/Folhapress - 10/10/10


Marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, João Santana é o alvo central da 23ª fase da Operação Lava-Jato, realizada na manhã desta segunda-feira (22/2). Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça na ação intitulada “Acarajé”, mas o mandado não foi cumprido, pois o publicitário está no exterior. Agentes cumpriram mandados em São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro. Entre eles estão os de prisão do engenheiro Zwi Skornicki, que operava propinas no esquema da Petrobras, e da mulher e sócia de João Santana, Mônica Moura. Buscas e apreensões também foram realizadas em imóveis da empreiteira Odebrecht.

As medidas cautelares estão relacionadas a um grupo empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas no esquema de desvio de recursos da estatal. O esquema envolvia ainda um operador de propina e um grupo recebedor, cuja participação havia sido confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior que ultrapassam os 7 milhões de dólares.

Uma offshore aberta no Panamá, a Shellbill Finance SA, que seria de João Santana e de sua mulher e sócia Mônica Moura, é o foco da investigação. A força-tarefa da Lava-Jato encontrou evidências de que entre 25 de setembro de 2013 e 4 de novembro de 2014 o operador de propinas Zwi Skornicki efetuou a transferência no exterior de pelo menos US$ 4,5 milhões por meio de nove transações. Em outra frente, a força-tarefa também rastreou pagamentos de offshores ligadas à Odebrecht para a Shellbill que totalizaram US$ 3 milhões entre 2012 e 2013.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a conta mantida no exterior pelos publicitários João Santana e Mônica Moura, profissionais então responsáveis pelo marketing da campanha eleitoral do PT "não foi declarada às autoridades brasileiras".

Cerca de 300 policiais federais estão em cumprimento de 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreensão, 2 de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 5 de condução coercitiva. Os mandados são cumpridos nas cidades de Salvador e Camaçari, na Bahia, Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis e Mangaratiba, no Rio de Janeiro e São Paulo, Campinas e Poá, em São Paulo.

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Investigados
Zwi Skornicki é representante comercial da empresa de engenharia naval de Singapura Keppel Fels no Brasil, por meio da Eagle do Brasil. Segundo o documento do acordo de delação premiada de Pedro Barusco, ex-gerente-executivo da Petrobras e ex-diretor da Sete Brasil, Skornicki teria fornecido quase 40 milhões de dólares para abastecer contas de diretores da Petrobras e o caixa do PT entre 2003 e 2013.

Acarajé
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde permanecerão à disposição da Justiça Federal. Segundo a PF, o nome da operação, Acarajé, era o termo usado pelos investigados para falar de dinheiro - da mesma forma que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto usava o termo 'pixuleco' para se referir a valores de propinas.

Triplo X
A última fase da Lava-Jato foi realizada em 27 de janeiro. Batizada de “Triplo X”, a ação prendeu quatro pessoas em investigação sobre abertura de offshores e compra de apartamentos do Condomínio Solaris, no Guarujá. Segundo a PF, as edificações, construídas pela OAS, serviam como local para a lavagem de dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.

A operação Lava-Jato foi deflagrada em março de 2014 mirando um grupo de doleiros, entre eles Alberto Youssef que delatou o esquema

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