Bolas na trave não resolvem: Brasil e Argentina ficam no zero em Córdoba
Ronaldinho é exaltado por torcida local durante aquecimento e Leandro Damião acerta duas no poste. Mas emoção do Superclássico fica só nisso
Ronaldinho Gaúcho deu um show em Córdoba... Mas somente antes de a bola rolar. Sem Riquelme e Verón, os argentinos o “adotaram” como estrela da primeira partida do Superclássico das Américas, nesta quarta-feira, e o aplaudiram na escalação e no aquecimento, quando ele ficou acertando bolas no travessão. Após o apito inicial, no entanto, o pentacampeão e os demais jogadores de Brasil e Argentina fizeram um jogo aquém da história do encontro: um 0 a 0 insosso. Emoção só com Leandro Damião, que acertou duas vezes a trave do goleiro Orion.
Maior artilheiro do Brasil na temporada, o atacante do Internacional fez uma jogada linda no segundo tempo, com direito a "lambreta" em Canteras, no lance mais bonito do jogo e mandou na trave (na etapa inicial, também tinha acertado o poste). Boselli e Martinez tiveram chances para a Argentina. E só. A partida foi fraca tecnicamente. O desentrosamento do Brasil foi nítido e nem mesmo a base do Vélez Sarsfield salvou a Argentina. Até por isso, o torcedor aplaudiu todas as chances de gols, fosse de argentinos ou de brasileiros. Era preciso aproveitar para se levantar da cadeira nesses raros momentos.
Até mesmo aquela calorosa rivalidade entre argentinos e brasileiros não entrou em campo. O jogo foi morno, sem muitas faltas duras e com apenas uma discussão entre Sebá Dominguez e Leandro Damião. O Brasil, na verdade, só foi Brasil em raras tentativas de Neymar, que concentrou as poucas e improdutivas tentativas da Seleção Brasileira. Fica a esperança de que o jogo de volta, em Belém, no próximo dia 28 de setembro, seja melhor e mais emocionante.
Pelo regulamento do Superclássico das Américas, se o duelo no Pará terminar empatado, a decisão de quem leva a taça vai para as penalidades. O técnico Mano Menezes fará uma nova convocação no próximo dia 22. A tendência é que a base seja mantida.
Nada demais...
A torcida argentina fez seu papel e encheu o estádio Mário Alberto Kempes, em Córdoba. Mas dentro de campo, as duas seleções não empolgaram, muito embora a Argentina tenha sido mais efetiva no ataque. Boselli, que deixou o gramado com lesão na coxa direita aos 23 minutos, foi o principal finalizador da etapa inicial.
Nenhuma das quatro bolas chutadas pelo atacante do Estudiantes, no entanto, levou tanto perigo ao gol de Jefferson quanto o arremate de Leandro Damião na trave, aos 12 minutos de jogo. Após boa jogada individual de Neymar, pela esquerda, o jogador do Inter recebeu cruzamento na pequena área e arriscou.
Neymar, aliás, foi o único jogador da Seleção Brasileira que fez algo de diferente neste primeiro tempo. Dos pés do santista saíram as principais jogadas do time canarinho. Quando ele tinha esses lampejos, a equipe de Mano Menezes ia bem. Do contrário, a falta de entrosamento era evidente, em especial na defesa.
Ronaldinho Gaúcho, aplaudido pelos argentinos, ficou apagado, assim como Renato Abreu e a dupla de volantes Ralf e Paulinho. É verdade que a Argentina foi melhor no primeiro tempo, mas os rivais estiveram longe de empolgar. Além dos chutes de Boselli, uma pancada de fora da área de Martinez levantou a torcida.
Assim, o Superclássico das Américas deixou a desejar em seus primeiros 45 minutos. Tanto no futebol quanto na garra. Diferentemente da maioria dos duelos entre Brasil e Argentina, a etapa inicial foi morna, sem muita entrega.
Damião salva ingresso
Apesar do fraco futebol apresentado no primeiro tempo, nem Alejandro Sabella muito menos Mano Menezes optaram por mudanças em suas equipes. Voltaram para a etapa final com as mesmas formações da primeira parte. E novamente foi a Argentina quem tomou a iniciativa da partida.
Mesmo sem o oportunismo de Boselli, como no começo do jogo, a Argentina tinha o controle, mas não criava chances. Quando conseguiu encontrar um espaço, somente aos dez minutos, Gigliotti se atrapalhou com a bola e perdeu uma ótima oportunidade de levar perigo ao goleiro Jefferson.
Aos 13 minutos, a história se repetiu na seleção argentina. Seu melhor jogador em campo saiu machucado. Dessa vez foi Martinez. O atacante deu lugar a Pablo Mouche. Logo na sequência, Mano resolveu mudar pela primeira vez no Brasil: sacou o veterano Renato Abreu e pôs o jovem Oscar, que tropeçou duas vezes na bola.
Se na etapa inicial o Brasil ainda conseguiu criar um pouco, na segunda o desempenho foi pífio. Muito toque de lado, erros de passe e desorganização. Do lado argentino, ao menos, houve alguns ímpetos ofensivos e algumas tentativas de contra-ataque. Mas nada também que fizesse brilhar os olhos do torcedor.
Aos 27 minutos, enfim uma cena típica de Brasil x Argentina. Leandro Damião e Sebá Dominguez, ex-Corinthians, se estranharam e trocaram empurrões. Damião, por sinal, fez valer o ingresso pago pelos argentinos aos 31 minutos. Ele deu uma lambreta na entrada do lado direito da grande área e depois acertou a trave do goleiro Orion. Uma pena!
Ronaldinho Gaúcho ainda teve uma aparição de destaque antes do apito final, ao bater falta colocada e obrigar Orion a grande defesa. Mas o insosso 0 a 0 prevaleceu no placar.
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