Anthony Garotinho é preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro

Ex-governador do RJ foi preso em apartamento no bairro do Flamengo.
Ele é suspeito de usar um programa social para conseguir votos.

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O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, do Partido da República, foi preso na manhã dessa quarta-feira (16) em um apartamento no bairro do Flamengo, na Zona Sul. Ele foi preso na operação da Polícia Federal chamada de Chequinho, que investiga uma associação criminosa montada para fraudar as últimas eleições na cidade de Campos dos Goytacazes, onde Garotinho é secretário de Governo.
Anthony Garotinho foi levada para a Superintendência da Polícia Federal, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Além do mandato de prisão, a Polícia Federal também tinha um mandato de busca e apreensão. Segundo os policiais, o material apreendido no apartamento comprovaria a participação de Garotinho no esquema de troca de votos por meio do programa chamado Cheque Cidadão.
Perfil
Anthony William Garotinho Matheus de Oliveira tem 56 anos, nasceu em Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. Ele é casado com a ex-governadora do Rio e atual prefeita de Campos, Rosinha Matheus.
A trajetória política dele começou na década de 70, como líder estudantil, influenciado pelo Partido Comunista Brasileiro. Em 1980, Garotinho participou da fundação do PT em Campos e ficou no partido até 1983. Depois, passou por vários partidos, como o PDT, PSB e PMDB. Agora está no Partido da República.
Ele já foi deputado estadual pelo Rio de Janeiro, em 1986, se elegeu prefeito de Campos por duas vezes, em 1988 e em 1996, e foi secretário estadual de Agricultura no governo do Leonel Brizola em 1992. Garotinho foi governador do Rio de Janeiro entre 1998 e 2002. Desde os anos 90, ele é evangélico, ligado à Igreja Presbiteriana.
Confira o trecho da decisão da Justiça sobre a prisão de Anthony Garotinho:
“Em setembro deste ano, a fim de garantir a empreitada criminosa, o réu e seus comparsas ordenaram a supressão de documentos públicos, inclusive arquivos de computador, referentes ao programa assistencialista do município denominado cheque cidadão, sendo certo que tais documentos e arquivos consubstanciavam prova de fraude encetada para aumentar demasiadamente o número de famílias beneficiadas pelo programa, justamente em troca de votos com o que praticou o crime previsto no artigo 305 do Código Penal. A inclusão de novos beneficiários no citado programa estava paralisada, inclusive por falta de verbas próprias, conforma relataram testemunhas”.
O advogado de defesa de Garotinho, Jonas Lopes Neto, disse que a prisão arbitrária: “Foi decorrente de um processo de lá de Campos, eleitoral, um procedimento eleitoral de Campos dos Goytacazes, referente à reeleição lá, um suposto uso eleitoreiro de um programa social do Governo. É um programa social que existe há oito anos, desde 2009. É um programa em que famílias de baixa renda são cadastradas, é um programa baseado numa lei municipal, quando ele era governador do Rio. A prefeita Rosinha apenas implantou isso em nível de Campos de Goytacazes, em 2009, quando ela se elegeu prefeita pela primeira vez. É uma lei na Câmara, onde existem requisitos pras pessoas, famílias pobres de baixa renda, desempregadas, pessoas doentes, recebem um auxílio mensal de R$ 200. São cadastradas, tudo feito de acordo com as regras da lei. Então, enfim, é uma coisa meio arbitrária”.

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