Pular para o conteúdo principal

Delegado confirma tentativa de suicídio de sócio da Boate Kiss


Boate
As instalações da casa noturna foram destruídas pelas chamas na tragédia que matou 235 pessoas na madrugada de domingo (27).
O delegado Marcelo Arigony, que cuida das investigações do incêndio na Boate Kiss, confirmou nesta quarta-feira (30) que um dos sócios da casa noturna, Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, tentou se matar na noite de ontem (29). Kiko está internado, sob custódia, em um hospital na cidade de Cruz Alta e teria usado a mangueira do chuveiro para tentar se enforcar. “Mas ele está bem e foi agora algemado na cama para evitar novas tentativas”, disse o delegado. (Veja fotos do interior da boate Kiss após tragédia em Santa Maria).
 
Elissandro Spohr está preso temporariamente por cinco dias e deve ser posto em liberdade na sexta-feira (1º). Além dele, estão presos dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira e o outro sócio da boate, Mauro Hoffman. Hoje o delegado Arigony disse que está com dificuldades de conseguir prorrogar a prisão dos quatro por motivos legais.
 
“Pedimos a prisão temporária por 30 dias e só conseguimos cinco. Agora precisamos renovar essas prisões e estamos com dificuldade. Não é culpa do promotor, do juiz ou do delegado, é a legislação que exige requisitos muito específicos”, explicou Arigony.
 
Segundo ele, há uma preocupação com a preservação de provas e que os suspeitos possam corromper testemunhas. “Um deles [sócio da boate], por exemplo, tem muita influência sobre os funcionários”, explicou.
 
Apesar disso, o promotor criminal Joel Dutra também admitiu que será difícil manter os suspeitos presos. De acordo com ele, a legislação é feita para privilegiar a liberdade, enquanto não houver julgamento, questões como o clamor público não podem ser usadas para justificar as prisões temporárias. “É preciso comprovar requisitos muito específicos [de acordo com a jurisprudência], como a possibilidade de fuga ou a reincidência no crime, coisas que aparentemente não são prováveis de acontecer neste caso”, explicou.
 
Segundo ele, o Código de Processo Penal Brasileiro prevê a substituição da prisão por medidas preventivas como proibir que os suspeitos deixem a cidade. Nem a preservação da integridade física dos próprios presos, diante do clima emotivo que se estabeleceu em Santa Maria, poderá ser usada como justificativa para manter a prisão deles. “Caberá ao Estado garantir a integridade dessas pessoas, não se pode mantê-las presas sob essa justificativa”, completou o promotor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PROMESSA NÃO CUMPRIDA E PAIS E ALUNOS REVOLTADOS COM ESTRUTURA PRECARIA DE ESCOLA EM AGUAS LINDAS

No país campeão de cirurgia íntima, mulheres contam suas histórias

Confira lista de líderes políticos que perderam a eleição