Ex-ministro Thomaz Bastos deixa defesa de Cachoeira


Bastos (à dir.) acompanhou Cachoeira (à esq.) em seu depoimento à CPI

 escritório do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos deixou a defesa do bicheiro Carlinhos Cachoeira. A oficialização deve ser feita até o fim da tarde desta terça-feira advogada Dora Cavalcanti, integrante da equipe que acompanhava de perto o caso. Ao Terra, Dora afirmou que a saída já havia sido acordada com o bicheiro no início do processo. "Já havíamos dito que nosso trabalho se encerraria após os depoimentos à Justiça", disse ela.
Bastos (à dir.) acompanhou Cachoeira (à esq.) em seu depoimento à CPI . Foto: Agência Senado

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Na quarta-feira da semana passada, o bicheiro compareceu à Justiça Federal em Goiânia para dar sua versão sobre as acusações, mas preferiu ficar calado.Dois dias depois, a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, teria tentado chantagear o juiz do caso, Alderico Rocha Santos, ameaçando divulgar um dossiê contra o magistrado caso ele não colocasse o bicheiro em liberdade.

Segundo Dora, não há qualquer relação entre os fatos, mas a defesa de Andressa não será feita pelo escritório de Thomaz Bastos. "Vamos dar um tempo para eles arrumarem um novo advogado, que certamente será brilhante em sua defesa".

A advogada também negou que tivesse sido agredida pela família de Cachoeira. "Houveram atritos naturais de uma relação desgastante que naturalmente ocorrem em processos sensíveis como esse", disse Dora.

Carlinhos Cachoeira

Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.

Comentários

  1. Sérgio Cabral não "escapou", ele não foi convocado por que não provaram nada contra ele. Como qualquer pessoa normal!

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